O blog começou. Mas a joaninha já existe há muito tempo (dependendo do que você entende por joaninha, e por tempo também). E, por mais incrível e fora do normal que isso possa parecer, a joaninha tem muitas semelhanças com os humanos que vivem na Terra. Mas, no geral, os humanos procuram sempre serem muito diferentes da joaninha.
Vale ressaltar que a joaninha em questão não é uma joaninha qualquer, dessas que voam de galho em galho e que de vez em quando aparecem na sua frente para que você possa dizer que é um sinal de 'sorte'. Sinto dizer que não. Essa joaninha não acredita na sorte, e muito menos no azar.
Por isso, se um dia você por acaso a ver, é recomendado não acreditar nela de primeira. Quem sabe, nem de segunda. Não porque a joaninha mente, mas sim, porque ela provavelmente estará ocupada demais procurando a sua própria sorte.
Essa joaninha já vôou bastante, visitou diferentes flores e provou de diferentes pólens. Ela já aprendeu a voar e, desde então, tem sérias dificuldades em manter suas patinhas no chão. Suas antenas estão sempre ligadas e nunca pára de captar sons, cores, movimentos e possibilidades.
A maior alegria da joaninha é voar por aí, estar por lá e voltar pra cá. E por mais que a joaninha já tenha feito isso bastante, ela já contou que pretende nunca saber o significado da palavra 'suficiente'.
Não prenda a joaninha, ela voa. E, se prender, ela fica sem ar e perde a força pra voar. Ou até esquece como. Se esquecer, abra as asas dela. Só não vale se arrepender se ela não quiser mais voltar. A joaninha demora pra mudar, mas, quando muda, ela nunca esquece.
A joaninha andou perdida de uns tempos pra cá. Andou se mudando pra longe e acabou caindo nas garras do seu pior inimigo inseto: a aceitação. Sorte da joaninha (ou não, porque a joaninha não acredita na sorte) é que, se as suas asas não a deixam voar, elas nunca deixam ela parar de sonhar.
E nesses sonhos é que um belo dia a joaninha acordou e se lembrou de sua melhor e inseparável amiga: a intensidade. Joaninha geralmente não ouve conselhos, mas, dessa vez, valeu a pena seguir o aviso da amiga. O que a joaninha tem que fazer é simples: voltar a ser joaninha - e não só mais um inseto que por aí voa batendo asas sem querer.
Errado é quem pensa que joaninha não tem coração. É pequeno, mas bate. E suporta. Só não peça pra ele perdoar, ele não é tão desenvolvido assim. De qualquer forma, a joaninha também sabe amar, apesar de conviver todo dia com a ideia de que, por mais que ela queira ser igual aos outros, os outros não querem ser iguais a ela e viver o dia como se fosse o último.
Pode conquistar a joaninha, ela deixa. Afinal, nem as joaninhas gostam de ficar sozinhas. Só não conte com nada. Por mais que a joaninha goste da flor, ela nunca sabe quando deve partir, só sabe que uma hora esse momento chega. Um dia, quem sabe, e se valer a pena, ela pára de bater as asas.
Essa joaninha aqui está pra declarar vontades, gritar incomodações, recomendar o que vale a pena, indicar lugares pra voar, mostrar referências pra ver, inspirar e escrever sentimentos. Afinal, a joaninha observa, sente e fala. E, se você quiser, pode ser ouvida também.